Dom Jaime Pedro Kohl

Bispo de Osório

No domingo passado meditamos sobre o batismo de Jesus e o nosso a partir de Mt 3,13-17. Hoje, temos o testemunho que João Batista nos dá sobre Jesus, depois da sua experiência conforme Jo 1,29-34. Aquele que participara do batismo de Jesus podia testemunhar: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. E ainda: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba, do céu e permanecer sobre ele… Eu vi e dou testemunho: este é o Filho de Deus”.

O início da atividade pública de Jesus é marcado fortemente pela presença de João Batista, o precursor, aquele que devia preparar a chegada do Messias. Iluminado pelo Espírito, interpretando os sinais e promessas que tivera podia apresentar Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e que ele é o Filho de Deus. Esse testemunho é de extrema importância para compreender a vida e a missão de Jesus. E, não menos, as consequências para história da humanidade.

Na época o cordeiro era o animal sacrificado a Deus para que os pecados fossem perdoados. Agora, o cordeiro é o próprio Filho de Deus. Paulo vai dizer: “Aquele que não tinha pecado se fez pecado para nossa salvação”.

De fato, Jesus é aquele que nos tira de uma história de pecado, condenação e morte ao revelar que Deus é bondade e graça, que seu amor consiste em servir e doar a própria vida para a nossa salvação. Bom lembrar que Jesus, no monte Calvário, entregou o espírito, aproximadamente, às 3 horas da tarde, momento em que no templo de Jerusalém eram imolados os cordeiros para a celebração Páscoa hebraica.

Olhando ao testemunho de João temos muito a aprender: primeiro que nós não conhecemos Jesus suficientemente; que precisamos abrir-nos ao Espírito para possibilitar a Deus agir em nós e, por meio de nós, continue a se manifestar ao mundo como amor que não tem fim; com nossa palavra e vida indicar aos homens que andam nas trevas Àquele que veio trazer luz e vida ao mundo.

Jesus é o verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo e nos envia como cordeiros para o meio de lobos, não para que nos tornemos lobos, mas para que continuemos a testemunhar que o mal se vence com o bem, o ódio como amor e com a doação da própria vida.

Gratos a Deus, com o salmista, declaremos a Deus a nossa disposição em cooperar na obra da redenção de seu Filho, dizendo: “Eis que venho, Senhor, comprazer faço a vossa vontade”.

Para refletir:

– Como é minha relação com Jesus? Reconheço nele o Filho de Deus que o Pai enviou para minha salvação?

– Consigo indicá-lo às pessoas como resposta para os seus problemas, preocupações e angustias?

– João Batista dá testemunho do que viu e ouviu. E eu dou testemunho de minha fé?

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